Consumo de queijo aumenta 29% no segundo trimestre de 2020

Produtores dos Campos Gerais, no Paraná, já sentem impacto na produção de derivados; cooperativas planejam investimentos com crescimento nas vendas

Com preços favoráveis ao produtor, o consumo de leite e derivados cresceu durante a pandemia da Covid-19 no Brasil. Em um relatório divulgado pela Nielsen, os dados mostram que, na comparação com o ano passado, até 10 de maio, o aumento no consumo foi de 29,2% nos queijos, 17,6% no leite UHT e de 16,4% no leite em pó. Com esse aumento, produtores locais de derivados do leite já sentem a diferença nos negócios.

No município de Arapoti, na região do Campos Gerais, no Paraná, uma das responsáveis pela produção de queijo é a família Groot. Conhecidos pela produção de queijo de cabra (branco, frescal, cominho e ervas finas) e queijo tipo boursin, a família construiu, em 2017, um laticínio e, em 2018, colocou os produtos no mercado. “Iniciamos em 2009 com uma cabra. Hoje temos nossos produtos nos mercados de Curitiba e em março fomos aderidos ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) e, a partir disso, conseguimos comercializar com o Brasil todo”, conta uma das fundadoras, Femmy Willem de Groot.

Ainda na mesma região, mas na cidade de Carambeí, Fabiane e Camila Greidarus produzem desde 2016 os queijos tipo Gouda. A tradição está na família há mais de 30 anos. “Nós começamos fazendo cursos de queijo em 2016 e fizemos uma queijaria pequena, mais para testes”, conta Fabiane. Quando a prima Nathalia Greidanus se juntou às irmãs, elas começaram o desenvolvimento da própria marca de produção Dutch Lady. “A intenção é construir um espaço maior, dentro das normas de fabricação e higiene, para então começar a vender os queijos comercialmente”, comenta Fabiane.

Para as empresas do setor, os números demonstram uma perspectiva positiva para os próximos meses. No caso da intercooperativa Unium, a expectativa é de concluir o ano com investimento de R$ 3,7 milhões em armazenagem de leite in natura no município de Castro, nos Campos Gerais. “Temíamos o efeito da crise econômica, mas o consumo de leite cresceu e os preços são favoráveis ao produtor”, diz Willem Berend Bouwman, diretor presidente da Castrolanda e um dos diretores da Unium. Além disso, a marca espera aumentar a capacidade de entrada de leite para até 2,9 milhões de litros por dia. Para o fim do ano, a expectativa é atingir um aumento de 10% nas vendas.

Diante da meta de grande produção de matérias-primas, a Unium concluiu um investimento de R$ 100 milhões para desidratar até 600 mil litros de leite/dia, também em Castro. Assim, caso exista excesso dos bens, garante a possibilidade de transformar em leite em pó, inclusive para exportação. “Estamos buscando a habilitação para a China”, conclui Bouwman.

Sobre a Unium

Marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, a Unium representa os projetos em que as cooperativas paranaenses atuam em parceria. Todas as marcas reunidas pela Unium, inclusive a Alegra, são reconhecidas pela qualidade e excelência.

A Unium também conta com três marcas de lácteos: Naturalle – de produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium conta com a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22000, o que a qualifica com elevados padrões de exigência.

Por: Central Press.

Voltar para a página: Notícias