Carambeí

Histórico resumido da comunidade de Carambeí, Paraná – Brasil.

O início de Carambeí é ligado por um bom tempo à história do município de Castro, pois foram um único território por muitos anos. Em março de 1704 Pedro Taques de Almeida consegue a concessão de uma sesmaria na região Centro Sul do Paraná e a deixa sob os cuidados de seu filho José de Góis e Morais. Ele então constrói uma fazenda no local entre o rio Iapó e o Pitangui (atual município de Carambeí) que fica aos cuidados de sua família até 1808, quando seu neto, Joaquim José Pinto de Moraes Leme resolve leiloá-la. Entretanto, a fazenda estava arrendada ao coronel Manoel Gonçalves Guimarães, sendo administrada pelo seu genro Francisco Teixeira de Azevedo e sua filha Francisca, conhecida como a Sinhara de Carambeí. Passado algum tempo, o casal compra a fazenda, em sociedade com o Sr. João da Silva Machado, o Barão de Antonina. Quando a sociedade é desfeita, os Teixeira de Azevedo fixam residência no local. Como a Ordem dos Carmelitas havia proibido a passagem de tropeiros pela região do Capão Alto, a Fazenda Carambeí acaba tornando-se parte do trajeto e pousada para as tropas.

No começo do século XX, a empresa ferroviária ‘Brazil Railway Company’ comprou a Fazenda Carambeí e começou a dividi-la em pequenos lotes com uma casa, canga para bois, três vacas leiteiras, sementes e adubo, visando a sua colonização e aumento no número de carga para seus trens.

Nessa época, o governo promovia incentivos aos imigrantes que viessem para o Brasil. Os primeiros holandeses foram enviados para perto de Irati, dos quais muitos acabaram retornando para a Holanda e os que ficaram procuraram outro lugar para se instalar. Dessa forma, em 1911 as primeiras famílias de holandeses, Verschoor e Vriesman, chegaram à região de Carambeí. Novos imigrantes da Holanda se juntaram a eles, sendo que após três anos o número de holandeses já passava dos 50, dedicados, principalmente, à produção de laticínios.

No ano de 1925 os colonizadores fundaram a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios, uma das primeiras cooperativas de produção do Brasil, composta por nove sócios produzindo manteiga e queijo. Em 1928, a sociedade consegue seu registro com a razão social de Cooperativa Mista Batavo Ltda.

Na década de 1950 começou a fase de maior desenvolvimento de Carambeí. Com o crescimento da Cooperativa chegaram novos colonos e foram construídas as primeiras igrejas católica e protestante, a primeira escola e as primeiras lojas para comércio da região. Em 1966 é criado o Distrito de Carambeí ainda em Castro, sendo que em 1995, Carambeí é desmembrado e elevado à município.
Toda essa evolução se deve às cooperativas criadas em Carambeí, pois foram elas que investiram na localidade, atraindo novos moradores e proporcionando a eles melhores condições de vida. A Cooperativa Batavo e a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná (CCLPL) chegaram a comprar terrenos e distribuir pequenos lotes para seus funcionários, no Jardim Novo Horizonte, representando todo o esforço dos povos colonizadores em permanecer e desenvolver o agora município paranaense de Carambeí.

Texto adaptado das fontes:
História de Carambeí em The Cities, que tem como fonte a Prefeitura Municipal de Carambeí
Histórico de Carambeí de Orlando S. Rizental da Luz, que utilizou como fonte: Carambeí 75 anos, de Hendrik A. Kooy

Carambeí – história de uma das três colônias holandesas no estado do Paraná, conhecidas como colônias ABC, onde B representava a Cooperativa Batavo em Carambeí (desde 2015 Cooperativa Frísia).

 

No ano de 1911 iniciou-se na região de Irati, na localidade denominada Gonçalves Júnior, um grande projeto de colonização do qual participaram aproximadamente 200 famílias de holandeses. Esta colonização foi um verdadeiro fracasso, principalmente porque não foram oferecidas aos colonos terras apropriadas para o desenvolvimento da agricultura. As famílias foram colocadas em pequenas casas de madeira, situadas em clarões que foram abertos no meio da mata virgem. Sem nenhuma assistência técnica, as roças foram abertas e semeadas com muito suor, mas acabaram sendo dizimadas por pragas como gafanhotos, porcos-do-mato e ratos. Por falta de assistência técnica, vacinas, remédios e até alimento – principalmente leite – inúmeros colonos morreram. Os que sobreviveram, ou se mudaram para outras regiões ou voltaram para a Holanda.

Algumas destas famílias souberam que entre as cidades de Ponta Grossa e Castro, uma empresa chamada Brazil Railway Company estava abrindo um projeto de colonização para viabilizar a construção de uma estrada de ferro. No final de março de 1911, estas famílias chegaram em Carambeí, que era a sede do projeto, e compraram alguns lotes de terra. Quando perceberam que o projeto Carambeí tinha boa viabilidade, apesar das terras fracas, divulgaram isto para conhecidos na Holanda e outros de Irati, o que resultou na vinda de mais colonos, formando-se uma base sólida de imigrantes até 1914. O clima e os campos da região eram muito propícios para o desenvolvimento da pecuária de leite e foi esta atividade que garantiu o sucesso da colonização. No início toda a produção de leite era entregue para a Brazil Railway Company, mas logo os colonos perceberam ser mais interessante vender o leite e seus derivados, como queijo, manteiga e requeijão, diretamente em Ponta Grossa. Assim, em 1914, já foi criada uma pequena indústria para este fim. A Primeira Guerra Mundial atrapalhou a vinda de novos imigrantes, como também trouxe muitos problemas para a nova colônia, principalmente a falta de algumas mercadorias de primeira necessidade. Somente a partir de 1920 começaram a chegar novos colonos. Em 1925 foi fundada a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios, a primeira cooperativa de produção do Brasil. O nome Batavo, derivado de uma tribo do sul da Holanda antiga, surgiu em 1928. O período de 1929 a 1933 foi extremamente difícil para a pequena colônia de Carambeí em função da crise que se instalou no mundo todo agravada pela revolução interna do país. Muitas colonizações fracassaram neste período, mas a de Carambeí sobreviveu graças a perseverança das famílias, alicerçadas no forte tripé representado pela igreja (fé), cooperativa (união) e escola (educação). A partir de 1934 chegaram muitos novos imigrantes holandeses oriundos das então ilhas holandesas da Indonésia, fortalecendo muito a comunidade que passava por serias dificuldades. No dia 1° de agosto de 1941, a cooperativa foi oficialmente registrada como Sociedade Cooperativa de Laticínios Batavo, como também foi inaugurada a nova fábrica de laticínios, o que representou um salto no desenvolvimento da colônia. A Segunda Guerra Mundial não passou despercebida em Carambeí, pois, muitos colonos foram convocados pelo governo holandês e participaram da guerra, mas mesmo assim as dificuldades foram superadas.

O grande desenvolvimento da colônia e da Cooperativa Batavo começou a acontecer a partir do final da Segunda Guerra Mundial, com a vinda de novos imigrantes que trouxeram gado de excelente qualidade e novas tecnologias agrárias Já na década de 50 foi implantada a inseminação artificial, o que fez com que rebanho leiteiro da região começava a se destacar, tornando-se referência nacional de qualidade e produtividade.

Em 1951 surgiu uma nova colonização holandesa na região, a Colônia Castrolanda, que logo criou a sua cooperativa com o mesmo nome e com a qual a Cooperativa Batavo fundou, em 1954, a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda. Em 1960 esta Central recebeu uma nova associada, a Cooperativa de Arapoti, fruto de mais uma colonização holandesa que se estabeleceu no município de Arapoti.

A Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda. foi o grande braço industrial das três colônias na área de leite e carnes até o final do século passado.
No final da década de 1960 a agricultura começou a se desenvolver nas três cooperativas de origem holandesa, principalmente as culturas de soja, milho e trigo, E mais uma vez em poucos anos, a região se destacou nacionalmente pela sua alta produtividade, em solos de baixa fertilidade, conseguida graças a altos investimentos e modernas tecnologias de produção. Muitas destas tecnologias foram desenvolvidas pelos próprios produtores e técnicos, como é o caso do plantio direto na palha, hoje aplicado em todo o território nacional, com enorme sucesso. Essa tecnologia é uma das principais responsáveis pelo enorme desenvolvimento da agricultura brasileira, pois garante grandes economias de produção, além de viabilizar a agricultura em terras arenosas e com grandes declividades, porque evita a erosão por chuvas e ventos, e ainda protege o solo em tempos de falta de chuvas.

O grande desenvolvimento da agricultura ocasionou a compra de áreas de terra no vizinho município de Tibagi, onde se formou um importante núcleo de holandeses e seus descendentes.

Em 1996 Carambeí se tornou município e continua se destacando em nível estadual e nacional pela sua agropecuária moderna e dinâmica, como também por suas grandes agroindústrias Batávia e Perdigão, na área de leite e carnes, respectivamente.

Muitas outras indústrias surgiram nos últimos anos, principalmente no ramo de madeira, fortalecendo, como consequência, o comércio e os serviços da comunidade.

Carambeí tem hoje uma população de aproximadamente 15 mil habitantes e, entre os 399 municípios do Paraná, é o 23° no FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Dick Carlos de Geus

Fonte: Breve história das colônias holandesas no estado do Paraná. Livreto publicado pela Associação Cultural Brasil-Holanda. Coleção histórica nº 2. Coordenação: Johan E. Scheffer.

Carambeí – geschiedenis van één van de drie Nederlandse kolonies in de staat Paraná, die bekend staan onder de naam ABC-kolonies, waarbij B Cooperativa Batavo was in de gemeente Carambeí (sinds 2015 Cooperativa Frísia).

In 1909 startte in de streek rond Irati, in een plaats Gonçalves Júnior genoemd, een groot kolonisatieproject waar ongeveer tweehonderd Nederlandse gezinnen aan deelnamen. Dit project werd een grote mislukking, voornamelijk door het feit dat de aangeboden gronden niet voor de landbouw geschikt waren. De gezinnen waren in kleine houten huizen ondergebracht, die op een kaalgekapte plek middenin het oerwoud stonden. De akkers die met zoveel moeite waren aangelegd en ingezaaid werden kaalgevreten door sprinkhanen, wilde varkens en ratten. Door het gebrek aan medische verzorging, vaccins, medicijnen en zelfs allernoodzakelijkste levensmiddelen, zoals melk, stierven tal van kolonisten, vooral vrouwen en kinderen. Zij die overleefden verhuisden naar andere streken of keerden terug naar Nederland.

Enkele van deze gezinnen hadden vernomen dat er tussen Ponta Grossa en Castro door de Brazil Railway Company een kolonisatieproject werd geopend om de aanleg van een spoorlijn mogelijk te maken. Eind maart 1911 kwamen deze gezinnen aan in Carambeí, zetel van het project, en kochten enkele stukken grond. Toen zij bemerkten dat het project Carambeí, ondanks de onvruchtbare gronden, goede toekomstmogelijkheden scheen te bieden, maakten zij dit bekend aan kennissen in Nederland en anderen in Irati, waardoor er meer kolonisten kwamen en in 1914 was er reeds een solide basis van immigranten gevormd. Het klimaat en de velden van de streek waren erg gunstig voor de ontwikkeling van de melkveehouderij en deze activiteit is de garantie geweest voor het success van de kolonisatie. In de beginjaren werd de hele melkproductie aan de Brazil Railway Company geleverd, maar de boeren bemerkten al gauw dat de directe verkoop van melk, kaas, boter en kwark in Ponta Grossa veel meer zou opleveren. Zo werd al in 1914 een kleine industrie voor dit doel geopend. De Eerste Wereldoorlog verhinderde niet alleen de komst van nieuwe immigranten, maar bracht ook veel moeilijkheden voor de jonge kolonie, voornamelijk het gebrek aan enkele eerste levensbehoeften. Pas in 1920 kwamen er weer nieuwe boeren. In 1925 werd de Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios gesticht, de eerste productiecoöperatie in Brazilië. De naam Batavo, afgeleid van een volksstam uit het oude Nederland, verscheen in het jaar 1928. De jaren van 1929 tot 1933 waren voor de kleine kolonie Carambeí bijzonder moeilijk vanwege de crisis over de gehele wereld, nog verergerd door de binnenlandse revolutie. Veel kolonisatieprojecten mislukten, maar Carambeí overleefde dankzij het doorzettingsvermogen van de gezinnen, gebaseerd op de sterke drievoet gevormd door de kerk (geloof), coöperatie (eenheid) en school (opvoeding).

Vanaf 1934 kwamen veel nieuwe immigranten, afkomstig uit het voormalige Nederlands Indië (Indonesië), hetgeen een grote versterking betekende voor de in grote moeilijkheden verkerende gemeenschap. Op 1 augustus 1941 werd de coöperatie officieel geregistreerd onder de naam Sociedade Cooperativa de Laticínios Batavo. Tevens werd de nieuwe melkfabriek geopend hetgeen een grote vooruitgang betekende in de ontwikkeling van de kolonie. De Tweede Wereldoorlog ging niet onopgemerkt aan Carambeí voorbij. Vele kolonisten werden door de Nederlandse regering opgeroepen om aan de oorlog deel te nemen, maar desondanks werden de moeilijkheden overwonnen.

De grote ontwikkeling van de kolonie en de Coöperatie Batavo begon met de beëindiging van de Tweede Wereldoorlog, toe vele nieuwe immigranten melkvee van uitstekende kwaliteit en nieuwe landbouwtechnieken meebrachten. In de jaren vijftig werd reeds kunstmatige inseminatie toegepast waardoor de melkveestapel van de streek nationale bekendheid kreeg door haar kwaliteit en hoge melkgift.

In 1951 ontstond er in de omgeving een nieuw Nederlands kolonisatieproject, de kolonie Castrolanda, die al spoedig haar eigen coöperatie vormde en met de Cooperativa Batavo in 1954 de Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda. Stichtte. In 1960 kreeg deze Cooprativa Central er weer een lid bij, de Cooperativa Arapoti, vrucht van weer een Nederlands kolonistaie, ditmaal in de gemeente Arapoti. De Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda. was de grote industriële tak van de drie kolonies op het gebied van melk em vlees tot het eind van de vorige eeuw.

Aan het eind van de jaren zestig kwam in de drie Nederlandse coöperaties de landbouw tot ontwikkeling, vooral de culturen van soja, maïs en tarwe. En in weinig jaren was de streek weer op nationaal niveau bekend om haar hoge productiecijfers die, ondanks de schrale gronden, behaald werden dankzij grote investeringen en moderne landbouwtechnologie. Veel technologieën werden door de boeren zelf en technici ontwikkeld, zoals de nu in het gehele land met veel succes toegepaste plantio direto na palha waarbij, zonder te ploegen, een landbouwgewas ingezaaid wordt tussen de resten van de vorige cultuur. Deze technologie is in hoge mate verantwoordelijk voor de grote vlucht die de Braziliaanse landbouw genomen heeft, want levert bezuinigingen bij de productie op en maakt het mogelijk dat men landbouw kan uitoefenen op sterk glooiiende zangronden, want met deze techniek voorkomt men de door wind en regen veroorzaakte erosie en beschermt men de gronden in tijden van grote droogte.

In 1996 werd Carambeí een zelfstandige gemeente en blijft zich op provincial e nationaal niveau onderscheiden door haar moderne en dynamische landbouw en veeteelt, alsmede door de grote industrieën Batávia en Perdigão, op het gebied van melk- en vleesproducten.

In de laatste jaren verschenen veel andere, voornamelijk houtverwerkende, industrieën, waardoor de plaatselijke economie aanzienlijk werd versterkt.
Carambeí telt momenteel 15.000 inwoners em onder de 399 gemeentes van de staat Paraná neemt het de 23* plaats in wat betreft economische ontwikkeling.

Dick Carlos de Geus

Bron: Drie Nederlandse Kolonies in de staat Paraná – Brazilië. Uitgave van de Associação Cultural Brasil-Holanda. Coleção histórica nº 2. Samenstelling en vertaling: Johan E. Scheffer.

Primeira Igreja Evangélica Reformada de Carambeí – década de 1940
Fonte: Acervo Parque Histórico de Carambeí.

Primeira fábrica de queijo na colônia de Carambeí, na década de 1940.
Fonte: Acervo Parque Histórico de Carambeí.

Festa em torno da visita de ‘Prins Bernard’ a Carambeí.
Fonte: Acervo Parque Histórico de Carambeí.

Jacob Voorsluijs na primeira fábrica de queijo de Carambeí, em 1914.
Fonte: Acervo Parque Histórico de Carambeí.

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