Não Me Toque

Histórico resumido da comunidade de Não-Me-Toque, Rio Grande do Sul – Brasil.

A Vila de Não-Me-Toque, na década de 40, era constituída por um povo hospitaleiro e trabalhador. Esses fatores despertaram o interesse de imigrantes holandeses, incentivados também pelos padres franciscanos, tendo em vista que o vigário da vila havia completado seus estudos na Holanda, o que haveria de facilitar sua adaptação na nova terra.

Na época da chegada dos imigrantes, Não-Me-Toque passava por uma grande crise agrícola e o preço das terras foi muito oportuno para a compra, pois os imigrantes também tinham intenção de aproveitar as técnicas agrícolas trazidas da Holanda. Assim, até hoje os descendentes destacam-se na atividade agropecuária.

Em 1949 as famílias Rauwers e Melis chegaram a Não-Me-Toque. Em 1953, a família de Johannes Stapelbroek, cujo chefe abre uma ferraria e, em sociedade com Gerrit Jan Hermanus Rauwers, instala uma firma especializada em consertos e montagem de máquinas agrícolas. Esta firma veio a dar origem à Empresa Jan, Stara e Stahar, que se tornaram potências nacionais e internacionais em implementos agrícolas.

O município conquistou sua emancipação política em 1954, entrando para o cenário gaúcho como a “Capital da Lavoura Mecanizada”, mais tarde, em 2009, por ser pioneiro no sul do Brasil em validar a tecnologia da Agricultura de Precisão, passou a ser a “Capital Nacional da Agricultura de Precisão”.

Habituados ao sistema cooperativista, os holandeses fundaram a Cooperativa Agrícola Gaulanda Ltda em 1953, sendo a pioneira do sistema cooperativo do povo holandês no município e na região do Alto Jacuí. Mais tarde, com a fundação da Cotrijal, os imigrantes associaram-se à mesma.

A organização social era uma necessidade na comunidade holandesa. Em setembro de 1955 surgiu “Na União a Força”, depois a “Associação Rural Neerlandesa” que formam atualmente a “Associação Holandesa”. Esta reúne mais de 200 associados, sem contar os dependentes. A associação tem como objetivos primordiais, preservar os usos e costumes tradicionais, como o Zeskamp e realizar a Festa de São Nicolau, a Festa do Rei – Oranjefeest, o Café após a Missa Dominical e o Hobby Club, entre outros.

O Zeskamp (disputa entre seis) é um evento esportivo organizado pelas seis colônias holandesas no Brasil, (Holambra I e Holambra II em São Paulo; Arapoti, Castrolanda e Carambeí no Paraná e Não-Me-Toque no Rio Grande do Sul), sediado em forma de rodízio anual, cujo objetivo fundamental é a integração através da prática esportiva.

A Associação Holandesa de Não-Me-Toque existe desde o início da vinda dos primeiros holandeses ao município, mas somente em 15 de agosto de 1992 foi oficializada.

Para registrar a história da colonização foram construídos o Marco da Imigração Holandesa na praça central, por ocasião do Cinquentenário em 1999, a Casa Típica Holandesa também na praça, e o Monumento do Casal de Imigrantes em comemoração ao ano Brasil – Holanda em 2011 no cruzamento das Avenidas Guilherme Augustin e Stara.

A culinária típica, os pratos de parede, as tulipas, as cortinas rendadas, os tamancos ornamentais, os moinhos nos jardins floridos, definitivamente fazem parte da paisagem do Município.

Texto adaptado das fontes:
“Não-Me-Toque no Rastro de sua História” de Sandra Virgília Pedroso Cunha.
“A caminho da Esperança” Imigração Holandesa em Não-Me-Toque de Cornélia van Riel e Helaine Gnoatto Zart 2012: PDF
Associação Holandesa de Não-Me-Toque

Voltar para a página: Colônias