Herança Folclórica

Folclore, também conhecido como cultura popular, é a expressão da cultura coletiva de um grupo de pessoas, englobando as tradições comuns a essa cultura. A identidade social de uma comunidade se destaca em suas atividades culturais que incluem costumes e tradiçoes transmitidos entre gerações.

O estudo e preservação do folclore recebeu mais atenção quando se pensou que a cultura popular poderia desaparecer devido às mudanças no modo de vida das pessoas, e, junto disso, foi contribuindo para despertar um sentimento nacionalista nos povos.

Categorias das manifestações folclóricas comumente citadas são: música e dança; festas; usos e costumes; crendices e religiosidades; artesanato; brinquedos e brincadeiras; e linguagem e literatura oral (dialetos). O folclore também engloba as formas de celebrar o Natal, os casamentos etc.

O folclore é a atividade criativa coletiva de um etnia, que têm significado em sua existência cotidiana, como poesia, lendas, canções, contos, histórias, provérbios, piadas, formas de dança, assim como certas formas de artes visuais, artes aplicadas decorativas e estilos de construção.

Exemplos de costumes folclóricos holandeses são: festa de São Nicolau (Sinterklaas), tortas de Limburg (vlaaien), aniversário Abraham e Sara, atividades como o bolo no varal (koekhappen), o bilhar holandês (sjoelen), pegar anéis com bastão (ringsteken) e salto com vara (polsstokverspringen), o uso do autêntico instrumento de sopro midwinterhoorn, a queima de grandes fogueiras antes da Páscoa (paasvuren), e assim por diante.

O folcore está em constante desenvolvimento, transforma-se no contato entre as diferentes culturas. Mas há também uma necessidade de preservar os costumes e ofícios artesanais de uma cultura. Na Holanda alguns dos ofícios folclóricos (ambachten) são demonstrados em feiras típicas, por exemplo o trançado de cestas e colmeias e a fabricação artesanal de tamancos.

A cultura popular ao redor do mundo é diferente e muito diversificada. Dessa forma, há costumes tipicamente europeus, holandeses ou até regionais na Holanda que não se encontram em outros lugares do mundo, a não ser que imigrantes tenham mantido as tradições vivas em suas novas comunidades e repassado para os descendentes.

Manifestações da herança folclórica holandesa muito valorizada e compartilhada nas colônias no Brasil são as danças tradicionais em trajes regionais como eram realizadas pelo povo da Holanda nos velhos tempos. O estilo da dança folclórica autêntica ao som de música folclórica antiga é associado por muitos à dança em tamancos de madeira típicos.

Texto baseado em fontes da Wikipedia, traduzidos para o português quando preciso: Folklore; Volkscultuur (NL). Folclore. Folklore (EN) in Wikipedia, a enciclopédia livre. Acesso em 27 nov. 2020.

A seguir algumas expressões folclóricas nas comunidades holandesas:

Folclore holandês em Campos de Holambra

O amor pela cultura holandesa que Corrie Beckers, moradora holandesa de Campos de Holambra, antes denominada Holambra II, semeou em sua comunidade, vem dando retorno anos mais tarde.

Jovens de Campos de Holambra aprenderam a arte da dança popular (´volksdansen´ em holandês), no ritmo das músicas folclóricas holandesas tocadas pelo acordeão de Mia Dercks ou reproduzidas nas fitas cassetes da época. Professora Corrie começou a ensinar a dança tradicional às crianças da comunidade, que tinham entre 8 e 12 anos, atividade que liderou com alegria por 15 anos.

Naquela época, o grupo se reunia no contraturno da escola para fazer as aulas de dança. Foram muitos ensaios e apresentações em cidades vizinhas e na “Holambrafeest”, festa típica anual em Campos de Holambra organizada pela Associação Cultural Holandesa, onde o folclore holandês não poderia ter faltado.

Nestes dias os jovens demostravam suas habilidades na dança e davam um toque animado às festas da comunidade em trajes tradicionais holandeses confeccionados especialmente para o grupo e calçando sapatos pretos e meias brancas.

O grupo de crianças parou de se reunir, mas o aprendizado não deixou de dar resultados que foram aproveitados novamente em 2019, quando Corrie foi convidada a organizar uma apresentação típica holandesa. Nesta hora a professora abordou primeiramente os adultos que já haviam dominado a arte da dança com ela na juventude. Ao aceitarem o convite, estes e outros participantes, agora em fase adulta, reativaram suas habilidades na dança folclórica, divertindo-se como casais e se preparando para uma apresentação especial organizado por Toon Eltink e demais voluntários de Campos de Holambra.

No Dia Cultural em 30 de setembro do mesmo ano o melhor do Brasil e da Holanda em termos de cultura e tradição folclórica foi mostrado ao público em uma hora cívica e várias apresentações típicas, onde grupos de dançarinos holambrenses, alguns em tamancos de madeira e outros descalços, interagem com o público e mostram que a cultura está bem integrada em solo brasileiro.

A apresentação da cultura holandesa neste evento foi inserida em um documentário da emissora MAX Vandaag intitulado Adeus Holanda (Vaarwel Nederland), onde a emigração holandesa para o Brasil e a manutenção das tradições da Holanda foram retratadas.

A atividade recreativa e de manutenção da cultura holandesa teve sua atuação continuada na região de Campos de Holambra, até que uma pandemia dificultou os encontros dançantes de todas as etnias, inclusive a holandesa, não podendo ser efetivada nos anos 2020 e 2021.

Grupo infantil de danças folclóricas de Campos de Holambra, sem data
Fonte: Arquivo pessoal C. Beckers

Líderes professora Corrie Beckers (direita) e Mia Dercks ao acordeão
Fonte: Arquivo pessoal C. Beckers

Participação das crianças na “Holambrafeest” 2020 em Campos de Holambra
Fonte: Arquivo pessoal C. Beckers

Juventude trajada para uma apresentação da dança típica holandesa
Fonte: Arquivo pessoal C. Beckers

Tradição holandesa na “Holambrafeest”, Museu das Posses, sem data.
Fonte: Acervo do Museu das Posses

Folclore em Carambeí

As danças populares do folclore holandês já faziam sucesso no Brasil no século passado. O folclore da Holanda foi um importante instrumento para reforçar a identidade dos imigrantes nas primeiras décadas de presença em terras brasileiras.

As informações que temos sobre o grupo de Carambeí é que começou na década de 1930 com a chegada do Pastor Muller na colônia e durou até meados dos anos 1960. O grupo folclórico de Carambeí se apresentava inclusive em feiras e festividades em cidades vizinhas como Ponta Grossa, Castro e até mesmo na capital, Curitiba.

O belo registro da apresentação do grupo em 1938 mostra o apreço e respeito do grupo de imigrantes holandeses pelas suas tradições e pelo folclore da sua terra natal.

Os frísios são um grupo étnico dentro da própria Holanda. Carambeí recebeu famílias da província de Friesland no período do pós II Guerra Mundial. Em diversos registros históricos famílias vestem trajes típicos e folclóricos holandeses e frísios, que sempre eram utilizados em cerimônias e datas festivas.
Apesar de não haver nenhuma manifestação folclórica da cultura neerlandesa ativa em Carambeí atualmente, a vida cotidiana da comunidade de imigrantes é muito bem retratada em eventos especiais, quando a Vila Histórica de Carambeí ganha vida através do projeto Museu Interativo no Parque Histórico.

Juventude holandesa em animada apresentação folclórica, sem data.
Fonte: Acervo APHC

Apresentação do grupo no Teatro Guaíra em Curitiba, provavelmente em 1961 (50 anos de Carambeí).
Fonte: Acervo APHC.

Participação do grupo folclórico de Carambeí na 1ª Exposição de Animais e Produtos Derivados de Ponta Grossa em 1938.
Fonte: Acervo APHC.

Casal em traje típico holandês em Carambeí, sem data.
Fonte: Acervo APHC.

Traje folclórico holandês e frísio em Carambeí, sem data.
Fonte: Acervo APHC.

Folclore em Arapoti

Arapoti apresenta sua tradição folclórica holandesa em ocasiões especiais. Mesmo sem um grupo de dança oficial, as crianças descendentes de holandeses de Arapoti aprendem, além da língua holandesa, a vivência da cultura típica na escola holandesa. Algumas danças são ensaiadas para fazer apresentações em festivais folclóricos, festas juninas, festas no museu ou mesmo em festas na cidade de Arapoti.

A comunidade também desfruta de apresentações típicas através de uma escola de dança da cidade de Arapoti, cuja professora, Luana Cordeiro, é uma grande incentivadora das danças folclóricas. O grupo de alunos se dispõe a fazer apresentações de danças holandesas quando solicitado, com uso da vestimentas típicas, incluindo os tamancos de madeira.

Os primeiros grupos de danças folclóricas holandesas surgiram em Arapoti no ano de 2010, quando um grupo de adolescentes do Ensino Médio e outro de crianças do Ensino Fundamental capricharam para mostrar a cultura folclórica do país de origem em apresentações durante as festividades dos 50 anos da Colônia Arapoti. Os trajes especiais confeccionados pelas mães dos jovens demonstram o valor que as famílias dão à continuação da cultura holandesa para as gerações mais novas.

Quando recebe escolas visitantes na colônia, o colégio que se encontra no centro da vila holandesa, muitas vezes apresenta suas origens culturais para as crianças de outras escolas, favorecendo a troca de experiências e a valorização da cultura local.

Em diversos eventos como o Dia da Imigração Holandesa e outras comemorações históricas, jovens vestem os trajes típicos holandeses e esbanjam entusiasmo e orgulho de sua tradição folclórica e herança cultural holandesa.

Dançarinos em formação representam a cultura holandesa na comemoração dos 50 anos da Colônia Arapoti.
Fonte: Janet Bosch

Crianças da Escola Holandesa preparadas para uma apresentação folclórica em 2011.
Fonte: Janet Bosch

Integração escolar e cultural em Arapoti conta com apresentação folclórica holandesa, 2010.
Fonte: Janet Bosch

Escola de dança apresenta danças folclóricas holandesas no Dia do Imigrante em 2019.
Fonte: Janet Bosch

Grupo de danças folclóricas holandesas De Tulp – Não-Me-Toque

A história do Grupo de Danças Folclóricas Holandesas “De Tulp” segue a história da imigração holandesa e a formação da Associação Holandesa de Não-Me-Toque.

Os holandeses que no final da década de 40 começaram a chegar na região do Alto Jacuí no Rio Grande do Sul/Brasil, procuraram ao longo dos anos, preservar os costumes e tradições de seus antepassados, trazendo para a região que adotaram como lar um pouco da rica cultura de sua terra natal. Contribuíram para que principalmente Não-Me-Toque, onde a maioria das famílias holandesas se estabeleceu em 1949, se destacasse no Estado por sua diversidade cultural, e por este fato também Não-Me-Toque é considerado o berço da imigração holandesa no Rio Grande do Sul.

A organização social era uma necessidade na comunidade holandesa. Surgiu então, em setembro de 1955, “Na União a Força”, depois a “Associação Rural Neerlandesa” que reunidas formam oficialmente em 15 de agosto de 1992, a “Associação Holandesa de Não-Me-Toque”.

Além da culinária típica e do artesanato, os holandeses trouxeram para Não-Me-Toque a dança e através dela, garantiram a sobrevivência de tradições. Desde a imigração em 1949, por várias anos existiu o grupo de Dança Holandesa, mas em 1985, foi criado o Grupo de Danças folclóricas holandesas “De Tulp”, liderado pelos Pioneiros Marian Rietjens – Rauwers, Annie Souilljee – Eltink, Corrie van Riel, Betsi e Willy van Leishout. Atualmente as Coordenadoras são: Teodora Souilljee Lütkemeyer e Marijke van Schaik.

O objetivo primordial do grupo é manter ativo e preservar os usos e costumes tradicionais da Holanda e assim o nome escolhido – “De Tulp” provem da flor típica – a tulipa.

O grupo já teve vários trajes, sempre inspirados na vestimenta típica das Províncias da Holanda, como Zeeland, Friesland e Noord-Holland. Os tamancos de madeira, principal característica do traje típico holandês, parecem torturar os pés de quem os usa, mas são bem mais leves do que se imagina, pesam apenas 800 gramas.

A principal dificuldade enfrentada pelo grupo no início de sua trajetória foi conseguir os discos com as músicas do folclore holandês, que vinham da Holanda. Na época os discos de vinil vinham não só com a letra da música, mas com um manual dos passos para orientar a dança, facilitando o aprendizado. Depois vieram os Vídeos e os CDs. Hoje amparam-se no YouTube e outras formas digitais.

Depois de encantar muitas pessoas com suas apresentações, o grupo paralisou as atividades em 1992, sendo retomadas somente no ano de 1998. Com ensaios constantes e a dedicação dos participantes, o grupo em pouco tempo ultrapassou fronteiras, tendo participado inclusive de festivais internacionais como o Mercosul em Danças de Foz do Iguaçu-PR.

Durante a sua trajetória o Grupo apresentou-se nas seguintes cidades: Carambeí-PR, Porto Alegre, Gravataí, Esteio, Nova Petrópolis, Canela, Panambi, Ijuí, Guaporé, Erechim, Marau, Passo Fundo e tradicionalmente no Natal Étnico de Não-Me-Toque.

Atualmente o Grupo conta com 12 integrantes, sendo estes descendentes de holandeses e dançarinos do CTG Galpão Amigo, que é entidade parceira da Associação Holandesa de Não-Me-Toque.

As danças que fazem parte do repertório do grupo são bastante animadas e todas têm um significado especial, com movimentos que lembram hábitos do povo holandês. As principais danças são: Hakke-Toone, Boeren Plof, Omke Wobke, Rozenwals, Zigeunerpolka, Ammarilletje, Hopsa, Horlepiep, Baonopstekker, Almelose Kermis, Ijspolka, De Rozelaar, Driekusman.

Grupo “De Tulp” representando Friesland, 1995.
Fonte: Teodora Lutkemeyer

Grupo “De Tulp” com trajes da província de Zeeland, 1985.
Fonte: Fotolandia

Grupo infantil de danças típicas holandesas com traje de Noord-Holland, 1998
Fonte: Teodora Lutkemeyer

Grupo “De Tulp” com traje de Noord-Holland em 2020.
Fonte: Teodora Lutkemeyer

Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda

Em 1953 foi organizado em Castrolanda um grupo de dança, liderado pela professora de Educação Física Thillij Kleinschmidt, a qual, em conjunto com jovens da colônia, formaram um grupo de danças holandesas, denominado inicialmente de “Grupo Holandês em Tamancos”.

O objetivo inicial do grupo, era a manutenção das práticas de danças folclóricas holandesas e a união dos membros da comunidade, não se limitando a uma única prática, na busca pelo conhecimento do conjunto de tradições e crenças que compõem a cultura, expressa em canções, danças, costumes, singularidades das diversas regiões e épocas. A Holanda é composta por doze províncias, cada uma carregada com suas particularidades culturais e regionais.
Nosso grupo adotou os trajes da região pesqueira de Volendam da província (Noord-Holland), Holanda do Norte.

Inicialmente as apresentações se concentravam na colônia, em festas e eventos comemorativos, a primeira grande apresentação que exigiu deslocamento dos integrantes, ocorreu em dezembro de 1953 na cidade de Curitiba, em um desfile de etnias, em comemoração ao Centenário de Emancipação do Estado do Paraná, no qual desfilaram acompanhados de um grande tamanco sobre um caminhão.

No ano de 1957, dois eventos marcaram a história do Grupo, o primeiro foi a participação no desfile do Centenário do Município de Castro, cidade em que se estabeleceram os imigrantes holandeses. O segundo evento, foi a saída da sra. Kleinschmidt, que devido ao seu frágil estado de saúde, transferiu seu cargo, a frente do grupo, para a Sra. Elizabeth van Lonkhuizen, esposa do pastor Van Lonkhuizen da IER de Castrolanda.

Desde o ano de 1959 acontece anualmente em Curitiba o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, voltado para a preservação da pluralidade étnica do estado. Com exceção do ano de 2013, o Grupo Folclórico participou de todas as edições do evento até o ano de 2019.

Em 1981 o grupo passa a ser oficialmente denominado Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda, sendo registrado como entidade jurídica, regido por um estatuto e dirigido por uma diretoria eleita em Assembleia Geral. O objetivo do grupo nesse período se ampliou, estando além da manutenção das práticas, mas no estudo das tradições e crenças populares holandesas, além da divulgação dessa cultura de origem, presente em canções, trajes, danças e costumes regionais.

O Grupo Folclórico se apresentou em duas passagens da família real pela Colônia Castrolanda, a primeira em fevereiro de 1959, durante a visita do Príncipe Bernhard, esposo da Rainha Juliana da Holanda. A outra, foi a apresentação por ocasião da visita do então Príncipe Herdeiro dos Países Baixos, Willem-Alexander, em 1998. Willem tornou-se rei da Holanda, no ano de 2013, após sua mãe, a Rainha Beatrix abdicar do trono em seu nome.
Além do Grupo Folclórico adulto, existe em Castrolanda o Grupo Folclórico Infantil, formado em 2006, cujos participantes são alunos das aulas de folclore na Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda, os quais participam em diversas atividades e apresentações, muitas em conjunto com o Grupo Folclórico adulto.

A partir de 2018 o Grupo foi incorporado pelo Centro Cultural Castrolanda, para assim mantermos cada vez mais viva essa tradição e cultura da dança na nossa comunidade.

Enfim agradecemos a todas as pessoas (Diretorias, Coordenadores, Integrantes, Coreógrafos) que desde a sua fundação mantiveram viva essa rica tradição em nossa comunidade, e assim esperamos que possa continuar muitos anos.

Coordenação GFHC 2020:
Coordenação GFHC 2020: Rafael Rabbers – Centro Cultural Castrolanda; Guilherme Sleutjes – Coordenação Geral; Andrea Los van Gastel – Figurino; Margje Rabbers – Secretária; Miriam Wanderbist – Coreógrafa; Jacob Hendrik Spaa – Coordenação.

Fonte: Rafael Rabbers, Centro Cultural Castrolanda – Dez/2018

Membros do grupo folclórico acompanhados da Sra. Elizabeth van Lonkhuizen, líder do grupo a partir de 1957.
Fonte: Acervo Centro Cultural Castrolanda.

Apresentação folclórica dos imigrantes holandeses de Castrolanda em comemoração ao aniversário de Castro em 1957.
Fonte: Acervo Centro Cultural Castrolanda.

Dança Folclorica Holandesa em Holambra

A história da dança folclórica em Holambra começa quando o querido e saudoso professor Piet Schoenmaker, que sempre gostou de dançar e ensinar danças de salão aos jovens da comunidade, foi convidado para formar um grupo e apresentar danças típicas holandesas na Expoflora.

Assim, em 1982 ele formou um grupo de seis casais para apresentar danças holandesas na Expoflora. Com o pedido de realizar mais apresentações, surgiu a ideia de, além desse grupo, formar também grupos com crianças. Assim, com total apoio da sua esposa Ank Schoenmaker, ele formou o primeiro grupo de crianças em 1989, e no ano seguinte mais um grupo, e assim por diante. Primeiramente, os grupos tinham nomes de cores, como Cinza e Verde, mas em 1990 passaram a receber nomes de flores em holandês, a cada ano uma nova flor, como por exemplo Iris, Tulpen, Margrieten e Waterbloem. Hoje Holambra conta com um buquê formado de 33 grupos de danças diferentes!

Com todo esse crescimento anual, uma comissão de mães voluntárias foi criada para ajudar nas aulas e nos trajes típicos. E essa organização continua até hoje para manter as origens e tradições holandesas em Holambra.

As crianças começam a dançar quando fazem dez anos, entrando em um novo grupo. Cada grupo aprende de 12 a 15 danças folclóricas por ano e continua, em média, dançando por nove anos seguidos, até quando os integrantes não conseguem mais participar das aulas e ensaiar por motivo de estudos ou trabalho.

Como há dançarinos que não querem parar de dançar, foi formado um grupo chamado CACTUS, que como a flor, dura. Nesse grupo estão os folcloristas que querem muito continuar praticando e têm condições de aprender danças mais elaboradas. O interesse entre os jovens de continuar, ou mesmo voltar a dançar, também tem crescido a cada ano, o que fez com que o grupo CACTUS ficasse grande demais. Por isso foi necessário formar mais um grupo, o WOESTIJN ROOS, que aprende as danças que ainda não dominam antes de chegar ao nível CACTUS .

Em novembro de 2019 foi formada a ASSOCIAÇÃO CULTURAL DANÇA VIVA, uma associação sem fins lucrativos, onde as danças folclóricas holandesas e as danças circulares sagradas foram unidas, com a principal missão de ALEGRAR E CURAR O MUNDO ATRAVÉS DAS DANÇAS, e também manter as tradições, claro.

Depois de dois anos de pandemia, as atividades voltaram a todo vapor em 2022, formando sete grupos, em um total de 177 dançarinos, que participam das aulas e apresentações folclóricas. Por causa dos anos parados, foi necessário reestruturar os grupos, pois os integrantes cresceram e deixaram de aprender muitas danças. Dessa forma os grupos estão estruturados assim: ANTHURIUM – 1º ano de dança, ALSTROMERIAS -2º ano de dança (dois anos de crianças que nunca dançaram ficaram juntos), WATERBLOEM – 3º ano de dança (dançaram um ano na Expoflora), LAVANDEL – 4º ano de dança, MALVEE ROOS – 5º ano de dança (três grupos Lotusbloem, Bromélias e Lentenbloem se juntaram), WOESTIJN ROOS – 6º ano (três grupos, Hortênsias, Kalanchooes e Gerberas) e CACTUS – Eternos dançarinos.

Muito planejamento é necessário para manter os grupos de dança folclórica holandesa ativos. A associação conta com um grande grupo de voluntários, além da dedicação dos professores na condução dos alunos de dança.
O apoio dos pais, voluntários e comunidade como um todo também é muito importante, pois, assim como outros grupos sociais e culturais, acreditamos que esse trabalho dá aos jovens uma formação diferenciada, de grande valor.
A dança segue em frente sempre!

Comissão e professores de dança folclórica holandesa em Holambra, com Piet e Ank Schoenmaker ao centro.
Créditos das fotos: Associação Cultural Dança Viva

Hortencias – Grupo de dança folclórica de Holambra em 2017
Créditos das fotos: Associação Cultural Dança Viva

Coral Masculino ABC

Na Holanda a maioria das cidades possui um ‘Mannenkoor’ – coral masculino.
Com o intuito de manter esta tradição holandesa centenária, a Associação Cultural Brasil-Holanda, iniciou o Coral Masculino ABC em 2003. Este coral é composto por membros das comunidades holandesas do Paraná, conhecidas localmente como Colônias ABC: Arapoti, Batavo (Carambeí) e Castrolanda.

O repertório do coral masculino ABC é constituído principalmente de músicas sacras em português e holandês e músicas populares em holandês. Para ser membro deste coral não é necessário falar holandês, pois coralistas que não são de origem holandesa aprendem as músicas em holandês ‘cantando’ e recebem a orientação necessária para a pronúncia correta.

Os ensaios são realizados de quinze em quinze dias na quinta-feira das 19 às 21 horas na Igreja Luterana de Castro.

Para participar ou receber mais informações, basta procurar um dos membros:
Albert Kuipers, Leo van Santen, Egon Müller, Hendrik Barkema, Pieter Biersteker, Castelijns, Willy Sleutjes, Jan Bouwman, Johan Bouwman, Nadiel Kowalski, Rein Barkema, Robie Los, Alessandro de Farias, Henri Salomons, Roelof Rabbers e Wijbe de Jager.

Regente: Elenise Ramos
Pianista e co-regente: Eliane Ramos Kowalski

Coral Masculino ABC na 19a edição do Oranjefeest em Castrolanda, Castro-PR.
Fonte: M. van der Vinne