55º Festival Folclórico e de Etnias do Paraná

Relato de um integrante do Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda com imagens da apresentação no Teatro Guaíra em Curitiba, PR em 07/07/2016.

O Teatro Guaíra é o maior teatro do Paraná, ou seja, é de grande porte, conforto e estrutura incomparáveis e apresenta espetáculos de qualidade. Todo ano recebe o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, apresentando um pouco de cada uma delas, com danças, músicas e representações teatrais.
O tema da apresentação do grupo holandês foi “Een Betoverende Reis Door Holland” – Uma Viagem Encantada Pela Holanda – isso porque cada uma das danças e as do Grupo Infantil, formado por alunos da Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda, representava uma província holandesa. Fotos das províncias foram reproduzidas num retroprojetor de imagem, alugado para o grupo.
Representando a província de Noord-Holland, iniciamos a apresentação com Twee Emmertjes Water Halen, sendo uma integração entre os grupos adulto e infantil. Em seguida, o grupo infantil saiu do palco, e o adulto fez uma meia-lua para prestigiarmos a nossa convidada especial: Andrea Van Gastel, que cantou “Tulpen uit Amsterdam”, representando a província de Zuid-Holland, sendo especificamente o Parque Keukenhof.
Logo após o show, continuamos a nossa viagem pela Holanda, até a província de Friesland, norte da Holanda, onde dançamos uma velha conhecida: Ijswals – a dança de patinação no gelo, porém com os nossos carismáticos tamancos de madeira. Depois da alegre patinação, fomos à província de Groningen, onde dançamos a Valsa das “Mil Lamentações”, ou Duizend Klachten.
O grupo adulto saiu, e começou a primeira sessão solo do Grupo Infantil. Começaram representando a província de Drenthe, com a dança Spring in’t Veld, onde mostraram a alegria das brincadeiras na natureza (como pular corda e pular amarelinha). Em seguida, Pattycake Polka foi dançada, representando os movimentos circulares dos moinhos da província de Flevoland. A viagem continuou para a província de Gelderland, onde tem o Parque Natural de Hoge Veluwe, onde a caça era uma atividade comum. Relembrando essa atividade, as crianças dançaram Op Jacht, que significa “caçando”.
Acabada a primeira sessão do grupo infantil, o casal Jan e Dora Petter vieram vestidos com um traje típico da cidade de Staphorst, na província de Overijssel. E ainda nessa província, com o grupo adulto, dançamos Het Regent Op De Brug – Está chovendo na ponte.
Voltando à província de Zuid-Holland, visitamos Rotterdam e Haia. Próxima à Haia, situam-se os moinhos de Kinderdijk. Já na província de Zeeland, situa-se uma grande foz em delta de três rios – Reno, Mosa e Escalda – que possui grandes barreiras de impacto contra tempestades. Quanto às províncias anteriores, dançamos Zeeuwse Schots e Hakkenschots (a primeira representando o movimento dos moinhos de Kinderkijk e a segunda representando a força do delta no abrir e fechar das comportas).
Agora na província de Utrecht, mais especificamente na cidade de Spakenburg, as danças contariam como eram as chegadas dos marujos que haviam viajado – eram alegres, sendo motivos de festa na cidade, e sempre desfrutavam de muita cerveja artesanal. Madlot “O Marujo” e Biertje Brouwen foram dançadas pelas crianças. E assim se encerrava a apresentação do Grupo Infantil.
Voltando ao palco, o grupo adulto representou a província de Limburg, citando a capital Maastricht, cidade onde André Rieu, famoso violinista, iniciou a carreira. Em citação a essa província, dançamos Klokkendans (Clog Dance ou “Dança dos Tamancos”). Uma das últimas províncias holandesas a visitar, chegamos a Noord-Brabant, onde as festas de Carnaval são comemoradas com muita alegria e danças mais alegres ainda. Para essa província, não podia faltar o Boerenplof.
Chegando à divisa entre Holanda e Alemanha, dançamos a alegre Enkele Duitse Polka, para fechar com chave de ouro a noite. Mas não acabou por aqui… durante esta dança a dona Jenny anunciou que os nossos amigos do Grupo Folclórico Germânico Alte Heimat haviam chegado e que partilharíamos uma dança com eles – o Sternpolka, para podermos dar espaço a eles no palco. Acabando esta dança nos reunimos ao centro do palco para a palavra final da dona Jentje Petter.
Assim foi a nossa maravilhosa noite no 55º Festival Folclórico e de Etnias do Paraná – com certeza uma das nossas melhores e mais memoráveis apresentações. Sinto que estamos retomando o reconhecimento que merecemos, e com muito esforço e dedicação para fazer da rica cultura holandesa algo imortal na mente e no coração de cada um de nós.
Recebemos elogios e críticas positivas de pessoas muito além do público, como de Rogério Flor (Presidente da Aintepar); de Juliana Kloss (Presidente do GFG Alte Heimat) e de Robert De Ruijter (Cônsul da Holanda no Paraná).

Agradecimentos

Gostaria de agradecer aos nossos patrocinadores: Eletrorural, Cooperativa Agroindustrial Castrolanda, Associação Cultural Brasil-Holanda, Associação dos Moradores da Castrolanda, Prefeitura Municipal de Castro, GPK Turismo, Paranatrator, Itatinga, Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda e GFHC Infantil (participação especial de Leila e Miriam na organização).

Agradecemos à nossa coordenadora e coreógrafa, dona Jentje Petter (tia Jenny), por ser essa pessoa, atenciosa, paciente e carinhosa com todos, essa grande mãe para os membros. E ao senhor Ricardo Leffers, que sempre nos passa essa energia positiva, votos de boa sorte. À nossa secretária, Marijke Morsink, que está fazendo uma grande diferença. E finalizando, os meus agradecimentos para os coreógrafos Somália e Rafael, que com muita paciência, dedicação e atenção, deixam-nos aptos para dançar cada vez melhor.
Agradeço pela confiança em relatar os nossos acontecimentos, apresentações e viagens. Digo que minha vida mudou muito após a minha entrada no GFHC e o meu muito obrigado a todos que estão à minha volta, ensinando-me valores e principalmente a valorizar a cultura holandesa.

Texto adaptado do relatório do integrante João Vitor Luz de Geus.